sábado, 24 de novembro de 2007

Se eu fosse uma zona....

Se eu fosse uma zona seria....o Bairro Alto/Chiado (BAC).
Lisboa mudou muito nos últimos anos, mudou sobretudo para fora, na maior parte das vezes mal, desordenadamente, feia, mal pensada, distante das pessoas, fria, demasiado agarrada ao betão.
No entanto, no seu centro, no seu coração, e passados mais de 20 anos sobre o incêndio do Chiado, a zona do Bairro Alto renova-se, muda, melhora, cresce, ganha maturidade, sem perder o espirito jovem, sem alterar a sua fisionomia.
O BAC, é antigo e tradicionalista, mas incorpora primeiro que qualquer outra zona, as novas tendências, os novos rirmos, as novas modas.
O BAC tem os seus prédio de traça antiga, que nos fazem recordar os filmes a preto e branco com o Vasco Santana e a Beatriz Costa, mas tem também novos edíficios, modernos, mas bem incorporados neste cenário de ruas estreitas.
O BAC tem os pequenos restaurantes e tascas, dos estudantes, dos jantares de faculdade, do vinho carrascão, óleos muito usados, e uma alegria e diversão ensurdecedora, mas tem também, os restaurantes sofisticados, da nouvelle cuisine, de comidas longinquas de outros continentes, de recantos e pátios românticos, convidativos ao amor e sedução.
O BAC tem as suas pessoas filhas de gerações que sempre ali viveram, com roupas penduradas à janela, que convivem no dia e na noite, com os executivos dos bancos, com o estrangeiro que toca na rua, com os punks, os dreads, os heavies, os rastas, os intelectuais, as 'tias' nas compras, os 'betinhos' que passeiam, os cabelos pintados, as roupas rotas, os turistas, os gays, as lésbicas, os completamente perdidos.
O BAC vive 24 horas, vive de dia, vive de noite, como se fosse sol e fosse lua, e as pessoas as estrelas que brilham e dão vida aquele universo tão diferente no seu interior, tão uniforme no seu ser.
No BAC português ouvem-se linguas estrangeiras como se fosse a nossa.
O BAC vive encostado na colina, de olhos virados para o rio, com os seus miradouros e pontos secretos de paz e tranquilidade.
No BAC não estás só.
No BAC podes ser tu próprio, sem censuras, com naturalidade, com liberdade, sem receios da emoções.
O BAC pela sua diversidade, é mais do que uma Camden Town londrina em Lisboa.
Adoro Londres, e o BAC faz-me sentir lá.

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