domingo, 20 de janeiro de 2008

As 4 estações...

Lisboa, 20 de Janeiro de 2008, 20 graus.
Eu sou do tempo em que havia 4 estações, bem definidas, plenamente expectáveis, esperava-se o Inverno ansiando desde logo pela Primavera, chorava-se o fim do quente Verão, sorrindo para as folhas de Outono que das àrvores caiam.
Este final de Dezembro, inicio de Janeiro, vi pessoas na praia. A passear simplesmente, muitas, de toalha na areia, algumas.
Não sei se estes pequenos prazeres que nos são oferecidos pela Natureza, outrora dona de si própria, hoje alterada pela mão do homem inconsciente, serão benéficos para nós.
Várias pessoas amigas me dizem que sentem saudades daqueles dias de chuva, em que não se pode sair de casa, e se fica no lar.
Antigamente esse tempo era aproveitado para se descansar mais um pouco, lia-se um livro, ou via-se qualquer série banal ou filme na televisão, havia com isso certamente, mais união familiar, mais tempo juntos. O frio e a chuva, eram os alíbis perfeitos para as pessoas estarem mais tempo com elas próprias. A juntar a isso, havia um ou dois centro comerciais dignos desse nome, e por isso também pouco se recorria a eles para ocupar o fim de semana, movimento tão típico nos dias que correm.
Hoje tudo está diferente, e perante um Inverno que de rigoroso quase nada tem, começamos a assistir a Verões, cuja instabilidade metereológica, causa grandes dissabores a muitos, que aguardam um ano pelas tão desejadas férias, e são contemplados com inundações, ventos fortes, noites frias, substituindo com isso o merecido descanso por irritabilidade, depressões, que irão certamente ter as suas consequências nefastas num futuro, talvez bem mais próximo do que pensamos.
O mundo está de facto neste aspecto em mudança, e nós, impotentes para o alterar, pois temo que seja tarde demais.

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