sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Carência....

As pessoas hoje em dia estão carentes. Solteiras, casadas, divorciadas, assim-assim, por mais que tentem disfarçar na maior partes das vezes, a maior parte está carente.
Umas por estarem sós, outras porque a pessoa com quem estão não lhes dá a atenção que necessitam.
Culpa de quem? Delas também.
Perante uma situação de insatisfação, preferem o silêncio, preferem acomodarem-se, preferem não confrontar a pessoa que amam, dizendo apenas o que sentem e o que precisam, com receios que tal cause mau-estar ou discussões. Deixam penosamente que os dias passem, que a tristeza aumente.
Tenho tido o privilégio de várias pessoas amigas em mim confiarem, e me depositarem com confiança as suas emoções, os sentimentos e receios, sinto-me lisonjeado por isso.
Por essas inúmeras conversas, a minha escrita de hoje.
O passar da idade, agudiza, mesmo que inconscientemente, o peso da solidão, da falta de um companheiro(o), e com isso aumenta proporcionalmente a tolerância às mais diversas situações, provocando uma auto-cegueira, na qual as pessoas apenas veêm aquilo que querem ver.
O problema surge quando um dia, quando menos esperam, abrem os olhos e encaram uma realidade bem diferente da que desejariam. Como o tempo passou mais do que devia, o desgosto, a dor, a mágoa, irá ser maior também.
Porque deixam as pessoas arrastar algo que sabem que não vai resultar?
Porque passam meses, anos, agarradas a uma relação que sabem perfeitamente que não é a certa?
As pessoas mudam um pouco, adaptam-se de certa forma umas às outras, mas apenas uma ligeira adaptação, diria, pequenos ajustes. Nós, como individuos, seja com quem estivermos, mantemos a nossa essência, os nossos defeitos e qualidades, os nossos feitios.
Ver os anos passar, alimentando a esperança que a outra pessoa mude essa essência, é o erro mais comum das relações falhadas nos dias que correm.

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